ANANKE

11 de novembro de 2009

ONDA ESPATIFA-SE // Pensamento acorda! – “a rocha não é mais a mesmaaaaa”, grita pro alto, o mais alto diante do céu, sem a pretensão de ser entendido, bem-verdade; ainda é de manhã e não são necessárias mais fronteiras. Debaixo do horizonte cardumes passam como nuvens negras à boreste, e acima, há que se determinar tarefas pra continuar: erguer velas, baixá-las (nas tempestades e intempéries), manter seco e limpo o convés, preparar as iscas para a próxima refeição, manter a rota, o espírito. Não é liberdade o que flutua no mar. Nada se busca quando se vai ao sabor do vento. Se aceita o servir-à e se trabalha_hard-work. Quero ir ao Mar do Caribe, do povo “caraíba”, habitantes originais da região, politeístas, exímios navegantes, pescadores e caçadores. Além disso, morrerei no mar. Do resto, hoje não sei.

2 Respostas to “ANANKE”

  1. Helô said

    “Daqui a pouco vai amanhecer. Há um vago cheiro de mar solto nas ruas. Hesito um pouco na esquina. Antes de me pôr a caminho, abro devagar e completamente os braços para depois fechá-los arredondados, tocando suavemente a ponta dos dedos da outra. Como se faz para abraçar uma pessoa. Mas não há nada entre meus braços além do ar da manhã. Suspiro, sorrio, desfaço o abraço. Então, com as mãos vazias, finalmente começo a navegar.”

    (Caio Fernando Abreu, em O Marinheiro)

  2. Eu gostei, desse lugar. Me inunda os sentidos.

    manter a rota, o espírito. Não há que se determinar, indo ao sabor do vento. Há que se sentir. Quero ir a outros mares.
    Esse lugar me inunda os sentidos. Do resto, hoje não sei.

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